O presente estudo está focado na análise dos conhecimentos e as concepções de alunos e de moradores da comunidade do entorno com mais de trinta anos em relação aos problemas ambientais que podem ser gerados a partir de práticas irrefletidas de consumo na sociedade. Para esta finalidade participaram da pesquisa 30 alunos do 1º ano do Curso de Magistério de uma escola estadual da Região Metropolitana de Porto Alegre, assim como 33 pessoas da comunidade do entorno. A pesquisa teve como objetivo principal sensibilizar os alunos a consumir de forma consciente, atuando como facilitadores de novos hábitos e atitudes. Foram aplicados dois instrumentos, um direcionado aos alunos, com perguntas abertas e fechadas, e uma entrevista semi-estruturada realizada pelos alunos com moradores de sua comunidade que possuíam mais de 30 anos de idade. Entre as questões aplicadas salienta-se: “O que acontece com o saco de lixo depois que colocamos fora do portão de nossa casa?”. Uma pergunta que solicitava aos alunos indicarem os problemas ambientais que não existiam há 30 anos e que acontecem agora foi o aspecto norteador da pesquisa, por ter se repetido nos dois instrumentos, servindo de  comparação entre as percepções dos alunos e da comunidade. Para a análise dos dados foi utilizada uma a análise de conteúdo. Os resultados possibilitaram agrupar as respostas relacionadas ao destino do lixo em três conjuntos: “quem recolhe o lixo”, “o que acontece e em qual sequência ocorrem os eventos”, e “qual o seu destino final”. Na entrevista realizada junto à comunidade em relação aos problemas ambientais que não existiam há 30 anos, os dados foram agrupados em relação aos problemas ambientais propriamente ditos (poluição, alterações climáticas e extinção de espécies) e as suas causas (falta de educação e ações do ser humano). Quando aplicada a mesma pergunta aos alunos, pode-se observadas respostas semelhantes, embora com frequências diferentes. Enquanto na comunidade a poluição e as alterações climáticas foram mais ressaltadas, no grupo de alunos destacaram-se as causas dos problemas vinculadas ao ser humano. Houve, portanto, diferenças relevantes nas concepções dos dois grupos estudados, assim como ficou evidenciada a importância que os jovens atribuem à educação como meio de desenvolver pessoas sensíveis aos problemas ambientais e capazes de atuarem na busca de soluções para eles, cabendo aos educadores trabalhar as dimensões conceituais, procedimentais e atitudinais que possibilitem aos alunos desenvolverem-se como “cidadãos do planeta”.