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Minerais do Brasil: quais são, quantos são, onde estão? Elementos - Sulfetos - Sulfossais - Halogenetos
Paulo Cesar Pereira das Neves, Daniel Atencio

Última alteração: 23-10-2012

Resumo


O Brasil notabiliza-se por apresentar grande diversidade mineralógica, com o registro aproximado de 16% das espécies conhecidas até o momento, em nível mundial. O presente trabalho resulta de uma cooperação entre o Laboratório de Geologia e Mineralogia da ULBRA e o Departamento de Mineralogia e Geotectônica da Universidade de São Paulo, com o objetivo de revisar a sistemática dos minerais ocorrentes em nossas formações geológicas. Foram investigadas, num primeiro momento, as classes mineralógicas dos Elementos Nativos, Sulfetos, Sulfossais e Halogenetos, num total de 182 substâncias relacionadas para a diversidade mineralógica brasileira. São descritos 31 Elementos Nativos (metais, semi-metais, não-metais, nitretos e fosfetos), 108 sulfetos, 22 sulfossais e 21 halogenetos. Esta grande quantidade de espécies minerais descritas foi analisada em relação às suas propriedades e às técnicas analíticas utilizadas para suas determinações, com a preocupação de assegurar-se a validade das mesmas. Concluiu-se que para o grupamento de Elementos Nativos, no Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais, as espécies tetra-auricuprita (CuAu), encontrada somente em solução sólida com hongshiíta (PtCu), na mina de ferro do Cauê e, weishanita (Au,Ag)1,2Hg 0,8), historicamente dada como pertencente à associação da Mina do Sumidouro, em Mariana, não apresentam dados seguros de suas ocorrências em nosso país. O mesmo ocorre em relação ao estanho nativo que é dado para a Serra da Mangabeira, em Goiás. Em relação aos sulfetos as espécies argentita, godlevskita e joseíta, apesar de citadas como minerais do Brasil, não constituem determinações seguras, pois os trabalhos onde as mesmas são relatadas não trazem as análises que foram feitas para atestar suas determinações. Ainda em relação à joseíta (A e B), o próprio status das espécies é questionado pela IMA. Os sulfossais gustavita-lillianita ocorrem como soluções sólidas na mina de ouro Schramm, Gaspar, em Santa Catarina, sendo impossível isolá-los e, portanto, não devem ser consideradas espécies válidas. Por outro lado, os halogenetos oferecem em seu todo determinações seguras. O trabalho seguirá com a investigação das classes dos óxidos, oxissais, silicatos e combinações orgânicas, com o que teremos um panorama geral e atualizado da mineralogia brasileira, com o descarte daquelas espécies que, apesar de citadas, possivelmente não ocorrem em nosso território. O produto final se dará na forma de uma Enciclopédia dos minerais brasileiros, já em fase de organização.