Bibimys tem uma anatomia distinta dentre os roedores cricetídeos sigmodontíneos, tendo como característica incomum uma região labial expandida, coberta por pelos brancos, muito curtos. Bibimys com ocorrência em Minas Gerais (BR); Província do Chaco, de Misiones, de Entre-Ríos, Buenos Aires (AR), inclui três espécies (B. chacoensis, B. torresi, B. labiosus). A distribuição geográfica é disjunta, apresentando grandes lacunas o que dificulta o entendimento taxonômico, visto que também encontramos grande similaridade anatômica, gênica (cyt b), mas não cariotípica. Assim como escassez de material em coleções científicas. O objetivo deste trabalho é apresentar ocorrências de Bibimys no sul do Brasil, assim como caracterizar a anatomia externa e do crânio (sincrânio e mandíbula), a partir de indivíduos tombados na Coleção de Mamíferos do Museu de Ciências Naturais da ULBRA. Os espécimes provêm de três localidades do Rio Grande do Sul e uma de Santa Catarina. Foram tomadas 18 medidas cranianas com a finalidade de compara-las às informações disponíveis de outros táxons na literatura. Nossas análises permitem ampliar a ocorrência geográfica de Bibimys estendendo sua ocorrência até os estados do Sul do Brasil (Santa Catarina: na Floresta Ombrofila Mista, Campo Belo do Sul; Rio Grande do Sul, na Floresta Ombrófila Mista, Esmeralda, Bom Jesus, Muitos Capões, Ipê; na Floresta Estacional Decidual, Dois Lajeados, Venâncio Aires, Cotiporã.). Os espécimes de Bibimys estudados podem ser reconhecidos por portarem a seguinte combinação de caracteres: processo gnático do pré-maxilar bem desenvolvido formando uma placa acentuada anterior aos incisivos, parte anterior dos nasais flexionados dorsalmente, ausência de flexo anteromediano em M1/m1. O cariótipo um espécime (MCNU 3139) analisado apresenta 2n=70, e NFa=80, sendo composto por um par de cromossomos submetacêntricos grandes, cinco pares de metacêntricos pequenos e 28 pares de autossomos acrocêntricos que variam de grande à muito pequeno. O cromossomo X é grande e subtelocêntrico e Y é um cromossomo acrocêntrico pequeno. A análise das características anatômicas realizadas até o momento e do cariótipo de um indivíduo (MCNU 3139 – Venâncio Aires-RS) permitem identificar a amostra do sul do Brasil como Bibimys labiosus, Considerando esses resultados ampliamos ocorrência geográfica, em linha reta, dessa espécie em ca 1800 Km na direção sudoeste ao considerarmos o registro do táxon em Viçosa (MG).