A disciplina de Desenho Arquitetônico é clássica nas escolas de arquitetura, mantendo uma metodologia semelhante ao longo dos anos. É o desenho com instrumental adequado e a aplicação das Normas Brasileiras de Desenho Técnico. É o momento que o aluno apodera-se de uma das técnicas mais valiosas do ofício da arquitetura: a do desenho de edificações. Os chamados desenhos de ofício – plantas, cortes e fachadas, embora basilares na profissão de arquiteto, não despertam maior interesse no aluno iniciante, face aos modernos meios de graficação eletrônica, somado ao lento e necessário processo de aprendizagem manual de desenho, foco da disciplina. Essa técnica facilita o domínio de escalas e proporção, fundamentais na arquitetura. Ao contrário, o desenho computadorizado, dada à facilidade de mudança instantânea de tamanho, através de zoom na tela, dificulta o domínio das proporções e escala, perdendo-se a referência do tamanho real do objeto elaborado e até mesmo do tamanho do desenho desenvolvido. A inclusão de novas abordagens de desenho e mesmo o alargamento dos objetivos da disciplina, que é fundamentalmente o domínio da técnica de desenho, faz com que a mesma torne-se mais interessante ao aluno e ao professor. Objetiva-se, portanto, com essa pesquisa, registrar o processo de ensino e aprendizagem do Desenho Arquitetônico fora da forma clássica, ou seja, abordar o desenho também como instrumento de internalização de novas tecnologias de construção e também como parte do processo de criação de um objeto arquitetônico. Para isso, passou-se a trabalhar com a tecnologia da construção seca e construção modular – drywall e blocos. Em paralelo, o aluno complementa o desenho, mobíliando o ambiente interno. A metodologia adotada para efetivar o aprendizado da tecnologia foi a formação de uma parceria entre o Curso de Arquitetura e Urbanismo com a empresa Brasilit. A empresa ministra cursos teórico-práticos de drywall, no Pavilhão Tecnológico do Curso de Arquitetura e eventualmente na própria fábrica, em Esteio. Os resultados parciais desse novo procedimento é que os alunos passaram a se interessar mais pela disciplina de Desenho Arquitetônico, a redução drástica das ausências em sala de aula e da quase eliminação de repetências e desistências. As conclusões parciais é que a inclusão de aulas práticas em canteiro de obras, a busca da interdiciplinaridade em Desenho Arquitetônico e a participação do aluno em definições espaciais do objeto arquitetônico despertam maior interesse da disciplina nos alunos, aumentado da assiduidade, registro de repetências em casos excepcionais e baixa desistência.