Tamanho da fonte:
AVALIAÇÃO DO PERFIL DE PRESCRIÇÃO DE ANTIBIÓTICOS EM HOSPITAL PÚBLICO DE TERESINA (PIAUÍ)
Última alteração: 23-10-2012
Resumo
A utilização de antibióticos tem merecido destaque, pois são, na prática médica, os fármacos que mais se empregam de forma errônea e abusiva, gerando-se o risco de ineficácia terapêutica e indução de resistência bacteriana. O presente estudo tem por objetivo avaliar o perfil de prescrição de antibióticos em um hospital público de Teresina (Piauí) no período de novembro de 2010 a agosto de 2011 de modo a obter subsídios para melhoria das políticas de uso de antimicrobianos na instituição e desta forma contribuir para o uso racional, resultando no aumento da eficácia, diminuição da resistência e otimização dos gastos com tais fármacos. Foi realizado um estudo descritivo exploratório com abordagem quantitativa com base no levantamento de prescrições médicas (n = 2311) de todos os pacientes internados em hospital público de Teresina (Piauí), mediante a análise de formulários de solicitação preenchidos pelos profissionais prescritores. No período de novembro de 2010 a agosto de 2011 todas as prescrições de antibióticos (n=1805) foram avaliadas para verificar se estavam de acordo com os protocolos de uso terapêutico e profilático adotados na instituição, quanto à posologia, duração do tratamento, indicação clínica e associação entre esses fármacos. As cefalosporinas (45,2%) foram os antibióticos mais prescritos, seguidas pelas penicilinas (23,8%) e fluoroquinolonas (9,8%). Os antibióticos foram mais empregados na profilaxia cirúrgica (25,3%), infecções de vias aéreas inferiores (24,7%) e infecções do trato urinário (13,4%). De acordo com os critérios analisados, 31,9% das prescrições não atendiam aos protocolos de uso terapêutico e profilático de tais fármacos, repassados e divulgados pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) da instituição, onde 62,7% apresentavam discordância quanto à indicação clínica, 17,1% quanto à duração do tratamento, 11,2% quanto à posologia e 9% quanto à associação de antibióticos. Observou-se maior frequência de discordâncias de prescrições na clínica médica (48,8%), seguido pela obstetrícia (24%), clínica cirúrgica (22,2%), pediatria (4,5%) e neonatologia (0,5%). Neste contexto, conclui-se que é preciso a implementação de diretrizes de prescrições de antibióticos, bem como a conscientização e adesão dos prescritores aos protocolos estabelecidas pela CCIH, visando à obtenção de melhores resultados terapêuticos, diminuição da resistência e menor gasto com saúde.