Uma das características marcantes da atualidade é a rápida evolução dos recursos tecnológicos. A velocidade de introdução de novos meios faz com que novas perspectivas e potencialidades surjam constantemente. Nesse contexto, a tecnologia pode assumir a função de possibilitar a criação de ambientes onde o estudante seja chamado a resolver situações problemas a fim de, simultaneamente, desenvolver conteúdos, estratégias de ação e processos cognitivos proporcionados pelos ambientes virtuais. Com relação à Matemática, os ambientes tecnológicos podem provocar um “pensar matematicamente” próprio, que não ocorre do mesmo modo em outros ambientes. O que se procura evidenciar com esses argumentos é a natureza particular da realidade proporcionada pela informática frente ao processo de ensino e aprendizagem da Matemática. Assim, objetiva-se buscar indícios das potencialidades da utilização da lousa digital nos processo de ensino e aprendizagem de conteúdos matemáticos, tomando-se como pergunta diretriz: Como o ambiente informático constituído pela presença da lousa digital pode contribuir no processo de ensino e aprendizagem do Cálculo Diferencial e Integral e da Matemática Aplicada no Ensino Superior? A metodologia utilizada na realização da investigação assume um caráter qualitativo. Os dados foram coletados por meio de filmagens e de entrevistas e foram articulados e analisados mediante o processo conhecido como triangulação de dados. Os sujeitos da pesquisa foram os alunos da disciplina de Matemática Aplicada IV da Universidade Luterana do Brasil e os dados foram coletados nos anos de 2011 e 2012. Como resultados da pesquisa, tem-se que a lousa digital mostrou-se como um recurso múltiplo, permitindo tanto a exploração de conteúdos matemáticos por meio dos recursos próprios, quanto por meio da mediação com outros softwares. Em particular, os recursos próprios da lousa como desenho, escrita, zoom e transparência contribuíram para a construção de conceitos relacionados ao Cálculo Diferencial e Integral. Em termos de mediação, foram utilizados software como o Geogebra, Scratch e Maple, que possibilitaram uma ampliação na gama de recursos da lousa por meio da utilização de simuladores gráficos que contribuíram com o estudo de Coordenadas Polares, Campos Vetoriais, Integrais de Linha e Número Áureo, configurando assim uma interação distinta daquela entre aluno/professor e computador. Por meio dessas atividades, entende-se que há uma espécie de simbiose entre quadro e recursos, que possibilita ao professor trabalhar simultaneamente com todos os recursos que os softwares possuem e com as interações que o quadro virtual permite. Desse modo, vislumbra-se a construção de um ambiente que não é o quadro negro normal nem o software, criando um ambiente virtual, onde a problemática que envolve a situação investigada adquire novas configurações, atualizando-se na medida do próprio fazer de modo a contemplar as potencialidades integradas de software e quadro.