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A literatura tem demonstrado ser importante avaliar-se os fatores não biológicos envolvidos no processo de desenvolvimento da doença cárie dentária. Eles podem expor a criança de baixa idade a um maior risco à cárie, como escolaridade materna, renda familiar e dieta inadequada. O conhecimento do perfil epidemiológico da população e o planejamento de medidas de intervenção dirigidas a estes fatores seriam mais efetivas à prevenção da cárie do que medidas específicas. O objetivo do presente estudo foi avaliar a prevalência de cárie em pré-escolares de 3 a 5 anos de idade residentes em São Sebastião do Caí/RS. Três graduandas treinadas e calibradas examinaram 222 crianças, segundo protocolo da OMS. A prevalência de cárie observada foi de 38,3%, denotando-se que 61,7% das crianças da amostra estavam livres de cárie. O desfecho cárie dentária não apresentou associação com o sexo e idade, não obstante os meninos terem apresentado maior prevalência do que as meninas e a prevalência da doença cárie dobrar dos 3 aos 4 anos de idade. A escolaridade materna e ao tipo de família em que a criança está inserida também não estiveram associadas ao desfecho (p=0,349 e 0,176, respectivamente), apesar da prevalência de cárie ser mais alta em crianças com mães de menor escolaridade (42,3%) e em crianças que vivem em famílias não nucleares (46,8%). O número de mamadeiras que a criança consome durante o dia não mostrou-se com diferença estatística significante, assim como os hábitos de higiene. Entretanto, o hábito de beliscar entre as refeições apresentou diferença estatística significante (p=0,028), com uma prevalência de cárie de 53,8% entre as crianças que consomem alimentos entre as refeições diariamente. Os dados aqui coletados permitem que as estratégias para a abordagem do processo de saúde bucal, especialmente cárie dentária em pré-escolares, sejam planejados com informações mais adequadas ao quadro epidemiológico e às necessidades da população.