Tamanho da fonte:
AVALIAÇÃO DE UM DERIVADO BENZAZOLA COMO FILTRO SOLAR
Última alteração: 23-10-2012
Resumo
Fotoprotetores representam produtos de interesse crescente, reconhecidos os danos decorrentes da incidência de radiação ultravioleta (UV) sobre a pele. As radiações UVB e UVA são biologicamente importantes em função de efeitos pró-oxidantes, responsáveis por fotoenvelhecimento e carcinogênese, estabelecendo a necessidade do desenvolvimento de fotoprotetores efetivos tanto no UVB quanto no UVA. Em 2010 um novo Regulamento Técnico sobre protetores solares foi aprovado no MERCOSUL, destacando a necessidade de comprovação de um fator de proteção UVA (FPUVA) mínimo relativo a 1/3 do FPS. No Brasil, a ANVISA publicou a Resolução RDC n. 30 de 2012, adotando a normativa do MERCOSUL e gerando alterações para registro de fotoprotetores comercializados no mercado nacional. Passou a ser adotada a comprovação do FPUVA, constando como rotulagem obrigatória, levando à revisão das formulações do mercado e a novos produtos condizentes com estas diretrizes. Entretanto, poucos insumos são comercializados mundialmente com características de fotoestabilidade e eficácia em comprimentos de onda superiores a 340 nm (UVA longo), justificando pesquisas de novas moléculas. Estudos preliminares realizados pelo Grupo de Pesquisa do Laboratório de Novos Materiais Orgânicos (UFRGS) mostram que compostos da família das benzazolas possuem alta estabilidade química, fotoquímica e térmica. Este trabalho tem por objetivo sintetizar moléculas orgânicas do tipo benzazolas para uso em fotoproteção, avaliar seu espectro de absorção no UV, fotoestabilidade e toxicidade. Os compostos heterocíclicos foram sintetizados através de reações de condensação entre derivados carboxílicos aromáticos substituídos com anilinas funcionalizadas em presença de um agente de desidratação. Para purificação foram empregados cromatografia em coluna usando diclorometano como eluente e cristalização/recristalização em solventes. Todas as reações foram acompanhadas por cromatografia em camada delgada sob gradientes de solventes e observação das manchas sob luz UV. A avaliação de absorbância foi realizada através de espectrofotometria de varredura no UV/VIS entre 290 e 400 nm. Os ensaios de irradiação para avaliação da fotoestabilidade foram conduzidos com simulador solar, constituído por uma câmara em conformidade às normas do ICH e lâmpadas da marca Golden. Para emissão UV, uma lâmpada Black Light 25W/220V com espectro na faixa de 350 nm foi empregada, gerando emissão de UV de 417 W/m2, 110% acima da quantidade mínima recomendada pela norma ICH. Como fonte de luz branca foram utilizadas duas lâmpadas fluorescentes 30W/220V, fornecendo 2,4 milhões de Lux/hora. A leitura das amostras, antes e depois da irradiação foi efetuada em espectrofotômetro UV/VIS. Os resultados parciais obtidos demonstraram que as moléculas estudadas apresentam pico de absorção no UV entre 358 e 375 nm e são fotoestáveis, caracterizando seu emprego como potenciais filtros solares efetivos no UVA longo.