Última alteração: 23-10-2012
Resumo
Rinolitos (do grego rhino, nariz e lithos, pedra), atualmente raros, provém de corpos estranhos introduzidos na cavidade nasal. O primeiro relato de rinolitíase foi publicado em 1654 por Bartholin e desde então, mais de 600 casos foram descritos. A origem do corpo estranho pode ser exógena (sementes, pedras, fragmentos de roupa e miçangas) ou endógena (coágulos sanguíneos, dente ectópico e fragmentos ósseos), podendo surgir como complicação de uma rinossinusite crônica. A maioria dos casos decorre de corpos exógenos colocados acidenta ou espontaneamente dentro da cavidade nasal durante a infância. Sua etiologia, muitas vezes, não é definida devido ao difícil reconhecimento da entidade causadora. No entorno do corpo estranho, surge processo inflamtório que leva ao depósito de sais de cálcio e magnésio além de substâncias orgânicas, o que leva ao enclausuramento e aumento progressivo. Os achados clínicos de um rinolito surgem com o seu crescimento, causando obstrução nasal e rinorreia purulenta e fétida unilateral, cacosmia e epistaxe. As complicações do quadro são raras, porém graves como: meningite, abscesso periorbitário, perfuração de septo e parede lateral nasal. O presente estudo apresenta o caso de um paciente do sexo masculino de 34 anos com queixa de cacosmia e história pregressa de ter introduzido um corpo estranho na cavidade nasal aos 2 anos de idade. O diagnóstico de rinolito foi confirmado através de endoscopia nasal e tomografia computadorizada, sendo realizada a sua exérese cirúrgica por via endoscópica. Assim, mesmo sendo uma entidade rara, a rinolitíase deve ser incluída no diagnóstico diferencial de sintomas nasossinusais persistentes, tendo a endoscopia nasal rígida importante papel propedêutico e terapêutico.