Portal de Eventos da ULBRA., XII FÓRUM DE PESQUISA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA (Canoas)

Tamanho da fonte: 
Fatores associados à maternidade na adolescência: um estudo de casos e controles com jovens de 14 a 16 anos em Porto Alegre, RS.
Jorge Umberto Béria, Airton Stein, Andréa Fachel Leal, Denise Aerts, Gehysa Guimarães Alves, Juliana Balbinot Hilgert, Ligia Braum Schermann, Lílian dos Santos Palazzo, Luciana Petrucci Gigante, Sheila Câmara

Última alteração: 23-10-2012

Resumo


O objetivo do estudo foi avaliar a associação de variáveis sócio-econômicas, de estilo de vida, de saúde reprodutiva e de uso de serviços de saúde com a experiência de maternidade em jovens de 14 a 16 anos. O delineamento foi de caso-controle pareado, 431 casos e 858 controles foram entrevistadas por mulheres em seus domicílios. Uma amostra de adolescentes de 14 a 16 anos que tiveram filhos no ano de 2009 em Porto Alegre (RS) se constituíram em casos, sendo controles jovens que não tivessem filhos (pareados por idade e local de moradia). Os casos foram identificadas por meio do Sistema de Informações de Nascidos Vivos (SINASC) de Porto Alegre. Foi realizada análise de regressão logística condicional seguindo modelo hierarquizado. O estudo foi aprovado pelo CEP-Ulbra e todos os responsáveis pelas adolescentes assinaram TCLE. A pesquisa contou com o apoio financeiro do CNPq (551272/2007-4). A idade com que as jovens “ficaram” ou namoraram pela primeira vez é próxima: casos “ficaram” aos 12 anos e namoraram aos 13,7, enquanto controles aos 11,7 e 13,6 anos, respectivamente. Casos tinham menor capacidade de consumo pela ABEP, estratos D/E (RO 2,65 IC95% 1,71-4,13). O uso de serviços de saúde públicos foi maior entre casos (RO 2,44 IC95% 1,65-3,61). Comparando casos antes do evento da gestação com controles, observa-se que os casos tinham maior defasagem escolar (RO 4,83 IC95% 3,40-6,87) e consideravam seu relacionamento com os pais não bom (RO 1,71 IC95% 1,33-2,20)). Casos tinham maior exposição e acesso a álcool e drogas, relatando consumo próprio (82,1% vs 74,5% ; porre 23,9 vs 11,8) ou consumo por familiares (57,5% vs 50,4) – cigarro 53,4 vs 32,7 – drogas 7,7 vs 3,2, Com maior frequência, casos relatam relacionamentos afetivos envolvendo violência com parceiros íntimos (como comportamento controlador, violência psicológica, física e sexual). As jovens que estão em situação de exclusão social estão mais vulneráveis à experiência da maternidade na adolescência. O acesso a serviços básicos, especialmente a educação, é um elemento fundamental para a vulnerabilidade, uma vez que a defasagem escolar se dá em função de repetências e desistências que são anteriores ao evento da gravidez.