A busca pela felicidade sempre foi um objetivo humano. Hoje, tudo nos promete felicidade: o remédio para emagrecer, a griffe de roupa, o novo modelo de carro, o livro de auto-ajuda, a marca de refrigerante. No entanto, felicidade não se busca, ela é construída cotidianamente por cada um de nós. É algo subjetivo, que depende exclusivamente da realização de ações do sujeito na direção de sua construção. Em função da importância desse tema, o presente estudo teve como objetivo conhecer o que as pessoas pensam sobre felicidade. Para tanto, foi realizado um estudo qualitativo, com delineamento de série de caso. Foram selecionados, aleatoriamente, 214 sujeitos com quinze ou mais anos, em locais públicos de cidades de médio e grande porte no estado do Rio Grande do Sul. Esses foram entrevistados com o auxílio de um instrumento desenvolvido especialmente para este fim que continha dados referentes às características demográficas dos sujeitos e perguntas abertas referentes à sua percepção sobre o que é saúde e felicidade. Neste trabalho, está sendo abordado, exclusivamente, a temática da felicidade. Os dados demográficos foram digitados em planilha Excel e as respostas das perguntas abertas, em arquivo Word. A pesquisa encontra-se na fase de controle de qualidade da digitação, sendo os resultados de caráter preliminar. Para fins deste trabalho, os dados quantitativos foram analisados com o auxílio do software Epi-Info e os dados qualitativos estão sendo trabalhados com técnica de análise de conteúdo temática. A idade dos sujeitos entrevistados variou de 20 a 88 anos, com uma média de 47,18 anos. A maioria (82,8%) se declarou de cor branca, do sexo feminino (73,4%) e pertencia a classe econômica B (46,7%) na ABEP. As respostas dos entrevistados para a pergunta “para você, o que é felicidade?” foram classificadas em seis categorias: 1) relação com aspectos familiares, 2) um sentimento, 3) relação com o amor, 4) estabilidade financeira, 5) relacionamento interpessoal e 6) relação com o trabalho. A maioria dos sujeitos referiu que ser feliz é estar bem com a sua família, vê-la com saúde e ter “condições econômicas razoáveis”. Como aspectos que obstaculizam a felicidade, a falta de saúde e as dificuldades financeiras foram os mais referidos. Em relação à pergunta: o que você está fazendo para ser feliz?, as respostas mais frequentes indicaram cuidados alimentares, exercícios e atividades promotoras da saúde; investimentos na qualidade da relação com o outro e o aproveitamento dos momentos vividos. Ainda não é possível apresentar as conclusões do estudo, uma vez que a análise dos dados está apenas iniciando. Porém, observa-se que um grande número de entrevistados vincula sua felicidade a fatores externos a si, como a família e amigos. Nessa perspectiva, a felicidade do sujeito torna-se de difícil construção, estando fora de seu espaço de governabilidade.