Elton Fischer^[1]

Dr. Ricardo W. Rieth^[2]

Nesta pesquisa, interessa de modo particular, de que modo na contemporaneidade os discursos dos sujeitos se manifestam em um contexto de diversidade cultural e religiosa e em que condições se articulam, ora para ratificar seu lugar de fala ora para excluir ou ignorar o outro. Os autores advindos da escola clássica dos Estudos Culturais, especialmente aqueles produzidos na Inglaterra e posteriormente Estados Unidos e América do Sul, são importantes fontes. A partir de uma pesquisa exploratória em um grupo de discentes da ULBRA Campus Carazinho entre 2022\1 e 2023\1 deu-se início ao processo. Foi proposto, mediante convite, um grupo de estudos sobre diversidade cultural e religiosa. O objetivo consistiu em investigar representações produzidas e negociadas por discentes do(s) curso(s) de graduação da ULBRA Campus Carazinho acerca de práticas religiosas e culturais desconhecidas ou ignoradas por eles em meio à diversidade e a possíveis manifestações de discursos de intolerância\ódio presentes no ambiente universitário. De igual modo, quer averiguar a diversidade de manifestações de cunho cultural e religioso presentes nas respostas disponibilizadas nos formulários de pesquisa e nas atividades propostas. A etnografia, a antropologia religiosa e o diário de campo foram nossas escolhas como ferramentas metodológicas. Ao longo dos dois semestres foram enviados quatro formulários google forms que questionavam os discentes sobre representações, identidades, diversidade religiosa e cultural entre outros temas. Além das atividades desenvolvidas de modo on line houve acompanhamento presencial através do grupo de estudos criado a partir do projeto de pesquisa. Como resultado da pesquisa houve a interação de 313 alunos do Campus Ulbra Carazinho no transcorrer da pesquisa. Vive-se um tempo marcado pelo advento da globalização econômica, onde as relações e as diferentes formas de expressividade marcam a tensão entre o canônico e o singular. Entende-se que os resultados alcançados com a pesquisa corroboram a nossa tese de que a individualidade e a singularidade expressam a identidade dos sujeitos da pesquisa. Assim, o exercício diário consiste em reconhecer e conviver com as diferenças e, na medida do possível, aceitá-las como constituintes de uma geração singular e única em meio à pós-modernidade.

Palavras-chave: estudos culturais; diversidade; cultura; tolerância; o outro.

^[1] Aluno do PPGEDU ULBRA, eltonfischer@rede.ulbra.br

^[2] Orientador, Professor do Programa de Pós-graduação em Educação/ULBRA, ricardo. rieth@ulbra.br