Ao longo da história das sociedades, o trabalho tem sido uma atividade intrínseca à existência humana. Portanto, múltiplas perspectivas sobre o trabalho emergiram, incluindo a associação da riqueza ao trabalho, para além da mera sobrevivência. Nessa perspectiva, o ato de trabalhar passou a ser compreendido como uma atividade obrigatória para obter renda, e a escolha da profissão passou a ser vista como uma questão de identidade pessoal. Contudo, essa necessidade de trabalho é atravessada pela cultura e era na qual está inserido, neste caso, uma cultura contemporânea imediatista da era digital. Para isso, o trabalhador necessita utilizar recursos psicológicos que são necessários para pôr em prática essa atividade dentro dos limites sociais. O adoecimento laboral está ganhando notoriedade nos últimos anos devido ao alto índice de trabalhadores afastados por doenças mentais relacionada ao trabalho. Os professores estão sendo alvos de diversos estudos no âmbito do estresse. Além disso, frequentemente necessitam se adaptar às novas tecnologias e as diferentes gerações. A resiliência é um conceito que vem ganhando popularidade e que é vista de diferentes maneiras dependendo da região estudada. Apesar da diversidade de conceitos, todos vão de encontro ao construto aliado a saúde mental. Este estudo visa investigar a relação entre resiliência e estresse no trabalho entre professores de duas escolas privadas em Porto Alegre/RS. A pesquisa adota uma abordagem mista, combinando coleta de dados quantitativos e qualitativos. Os dados serão obtidos por meio de questionários sociodemográficos e da Escala de Vulnerabilidade de Estresse no Trabalho (EVENT). Além disso, entrevistas semiestruturadas serão conduzidas com os professores com baixos níveis de estresse no trabalho para entender suas estratégias de resiliência. A literatura científica indica que a resiliência não é uma característica estática, mas está interligada com diversos fatores, como qualidade de vida, autoestima, otimismo, autoeficácia, esperança, espiritualidade, criatividade, assertividade, habilidades sociais, controle dos impulsos, flexibilidade cognitiva, estratégias de enfrentamento, hábitos saudáveis e neuroticismo.