Portal de Eventos da ULBRA., XXIII FÓRUM DE PESQUISA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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Babesiose canina assintomática e possível coinfecção com Anaplasma platys relato de caso
Renata dos Santos Flores, Gabriela de Carvalho Jardim, Laura Martins Cezimbra, Mariângela da Costa Allgayer

Última alteração: 01-11-2023

Resumo


A babesiose canina é uma doença causada por protozoários do gênero Babesia. É transmitida pelo carrapato Riphicefalus sanguineus. O principal agente etiológico da babesiose canina é a B. canis. Esses protozoários são parasitas intraeritrocitários, causando hemólise devido a multiplicação e presença do parasita nas hemácias. Normalmente isso causa hemoglobinúria e bilirrubinemia intensas, que leva a uma sobrecarga do fígado e congestão hepática e esplênica, causando uma hepatoesplenomegalia. A doença se apresenta de 4 formas: hiperaguda, aguda, crônica e atípica, sendo a aguda a mais comum e caracteriza-se por febre, hematúria, icterícia, letargia, anorexia e esplenomegalia. Além da anemia hemolítica, uma das principais alterações hematológicas é a trombocitopenia. Pode ocorrer ainda leucocitose, leucopenia, neutrofilia, monocitose e linfocitose. Foi atendido no hospital veterinário da ULBRA de Canoas um pitbull, macho, de 2 anos com a queixa de aumento na ansiedade e diarreia alguns dias atrás. De acordo com a tutora, tem histórico de parasitismo por carrapatos. No consulta, o paciente não apresentou nenhuma alteração clínica. Nos exames solicitados a única alteração foi no trombograma, com 90.000 u/L. Porém um mês depois, as plaquetas estavam em 200.000. Essa variação não é comum no quadro da doença, porém trombocitopenia cíclica é uma característica da infecção por Anaplasma sp., parasita intraplaquetário que provoca destruição das plaquetas. E neste animal, foi observado em esfregaço sanguíneo estruturas sugestivas de mórulas de Anaplasma spp, trazendo a possibilidade de uma coinfecção. Foi realizado o PCR, que deu positivo para Babesia canis e negativo para Anaplasma spp, porém isso não exclui a possibilidade de um falso negativo, levando em consideração a alteração plaquetária típica de anaplasmose somado a visualização das mórulas. Por isso, destaca-se a importância da pesquisa por hemoparasitos em conjunto com o hemograma, devido a possibilidade da ocorrência de hemoparasitoses silenciosas, que podem vir a ser um problema grave no futuro, dependendo do estado de imunidade do animal ou ocorrência de outras doenças.

Palavras-chave: Hemoparasitose; Trombocitopenia; Hemograma; Coinfecção;

 


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