Última alteração: 05-11-2023
Resumo
Introdução: O tratamento das deformidades dentofaciais é realizado através da cirurgia ortognática com a utilização de osteotomias maxilares, osteotomias mandibulares ou uma combinação de ambas. O objetivo desse estudo foi avaliar a repercussão da cirurgia ortognática bimaxilar sobre o espaço aéreo faríngeo (EAF). Metodologia:Tomografias computadorizadas multislices (TCM) pré e pós-operatórias de 34 indivíduos submetidos a cirurgia ortognática bimaxilar foram divididas seguindo o padrão sagital: Classe II (n=22) e Classe III (n=12); avaliados em T0 (4 semanas antes da cirurgia e T1 (6 meses após a cirurgia). A repercussão dos movimentos cirúrgicos maxilares e mandibulares sobre espaço faríngeo superior (EFSUP), médio (EFMEDIO), posterior (EAPOST) e inferior (EFINF) foram avaliadas através de medidas lineares anteroposteriores (A-P) e transversais, medidas de área e volume foram realizadas no EAF (Dolphin ImagingÒ versão 11.95). Resultados: Observou-se que movimento cirúrgico de avanço bimaxilar favoreceu ganhos significativos nas dimensões do EAF em todas as regiões avaliadas; o avanço de maxila foi associado apenas ao aumento do EFSUP, média de 0,58mm no sentido A-P, para cada 1mm de movimentação maxilar; enquanto o avanço da mandíbula mostrou associação com o aumento do EFMEDIO e EAPOST (resposta média de 0,20mm no sentido A-P e 7,14mm² de área; 0,37mm A-P e 14mm² de área, respectivamente), bem como com o aumento da área total e volume, (ganho de 11,86mm² e 461,93mm³, respectivamente), todos proporcionais a cada 1mm de avanço mandibular. Conclusão: O avanço da maxila e/ou mandíbula está associado a ganho no espaço aéreo faríngeo, embora em menor proporção que a amplitude do movimento cirúrgico, podendo sugerir benefício clínico a nível respiratório.
Palavras chaves: prognatismo, retrognatismo, cirurgia ortognática, avanço mandibular, espaço faríngeo.