O vídeo "Negro" do canal do YouTube "Porta dos Fundos" foi escolhido como artefato para uma breve análise sob a perspectiva dos Estudos Culturais. A análise é centrada nos conceitos de representação, interseccionalidade e branquitude. O vídeo "Negro" narra um assalto e examina a maneira como o assaltante é representado. Este artefato cultural revela aspectos das representações cotidianas que abordam a experiência do sujeito “negro” na sociedade. As representações presentes no vídeo apontam para a discriminação racial e a associação de características estereotipadas com a cor da pele, perpetuando uma imagem de relação étnico/sociais. Stuart Hall (2016) define a representação como um símbolo que carrega significados, independentemente do contexto ou de uma substituição direta. Além disso, o vídeo aborda o humor negro, situando-o dentro de um contexto histórico contemporâneo e explorando as diferentes facetas desse discurso. Paul Du Gay (1997) enfatiza que as representações contêm significados embutidos, muitas vezes não de maneira explícita, mas através da apresentação visual e do contexto em que são inseridas, como no caso do vídeo, que utiliza tanto os discursos do policial quanto o cenário da delegacia para representar a narrativa. Portanto, as representações do negro na sociedade, conforme retratadas no vídeo, reforçam estereótipos. Um aspecto adicional de análise é a interseccionalidade, que investiga como as relações interseccionais de poder influenciam as dinâmicas sociais em sociedades caracterizadas pela diversidade. Essas relações interseccionais de poder, embora muitas vezes imperceptíveis, afetam todos os aspectos da vida cotidiana. O vídeo "Negro" sugere uma reflexão sobre como essas dinâmicas interagem com as representações raciais e sociais.