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Percebe-se o fenômeno da violência como um problema de saúde pública que atravessa as populações no que se pode elencar como disparidades de gênero, raça e classe. Tais elementos são fundamentais para que se possa compreender as individualidades que juntas explicam uma parte das causas estruturais deste problema, originadas no preconceito de gênero. Buscou-se compreender percepções e subjetividades de pessoas que são atravessadas pelo fenômeno das violências e como isso repercutiu em sua vida pessoal, social e em seu corpo. Trata-se de uma pesquisa descritiva, exploratória, com abordagem qualitativa. Entrevistaram-se 10 pacientes internados na ala de saúde mental do Hospital Universitário de Canoas, RS, no ano de 2023, mediante entrevistas com roteiro semiestruturado.  A análise dos dados será feita segundo o método de análise de conteúdo temática. Como resultados parciais destacam-se a comprovação, através dos dados, que a violência sexual intrafamiliar é a predominante na vida das vítimas. Mostrou-se também que a violência doméstica é um dos fatores de risco para o desenvolvimento de transtornos mentais. Tais resultados indicam a necessidade de políticas públicas de saúde que amparem pessoas em vulnerabilidade social provenientes de situações de violência. A relevância deste estudo tem como escopo a oportunidade de coletar informações que possam contribuir e compor bancos de dados consultados com fins de elaboração de políticas públicas para o enfrentamento das violências. A pesquisa também agrega para a ampliação do leque de investigações científicas em uma área em que os estudos ainda são incipientes, mas que por outro lado afeta grande parte da população brasileira cotidianamente.

Palavras-chave: Percepção; Sofrimentos; Pacientes internados; Violência.