Ao longo do Governo Bolsonaro (2019-2022), a proteção aos direitos humanos, sociais e ambientais no Brasil sofreu inúmeros retrocessos: a retórica do discurso nacionalista e patriótico de Bolsonaro, com ênfase na utilização (privada) dos recursos naturais, justificou a grande velocidade de invasões de Terras Indígenas e o avanço do desrespeito na concessão mineral às grandes mineradoras na Bacia Amazônica. Notadamente, houve uma escalada nos conflitos territoriais via pilhagem, grilagem, saques, extermínios, estupros e demais atos de violência envolvendo o agronegócio, garimpeiros e a ala militar, constantemente noticiados pela grande mídia. Este estudo, baseado nos Estudos Culturais em Educação, pretende investigar o modo como um importante portal brasileiro de notícias, o G1, vinculado ao Grupo Globo e sob orientação da Central Globo de Jornalismo, focaliza e (re)constrói a temática da mineração brasileira nas reportagens publicadas no período constituído entre janeiro de 2022 a setembro de 2023. A pesquisa pretende, também, abordar os diversos aspectos políticos em torno da mineração, uma vez que há, no Congresso brasileiro, toda uma bancada do chamado “agro-minero-petro-negócio” que busca legislar em causa própria - ou, no limite, afrouxar os controles legislativos já existentes sobre tais atividades. A primeira fase do estudo, exploratória, consistiu em uma varredura no Google Acadêmico, em artigos e periódicos, bem como nas plataformas de bancos de teses e dissertações, por meio dos descritores “mineração”, “mineradora” e “garimpo”. A segunda fase do estudo consistiu na coleta de dados no portal G1, por meio da utilização dos mesmos descritores. Os resultados obtidos foram os seguintes: 105 reportagens sobre mineração; 183 reportagens sobre mineradoras e 442  reportagens sobre garimpo. Tais resultados estão sendo organizados em categorias e serão analisados por meio da análise cultural (WORTMANN, 2002; HALL, 2016; COIPO-MORAES, 2016) numa próxima etapa da investigação.