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O ENSINO DE CIÊNCIAS NO OLHAR DOS ALUNOS DO 9º ANO DE CINCO ESCOLAS RIBEIRINHAS AMAZONENSES
JOSE RICARDO OLIVEIRA DUTRA

Última alteração: 26-10-2023

Resumo


Em relação a Amazônia, frequentemente negligenciam-se as opiniões e saberes das populações locais, que ficam vulneráveis às ações externas, no que diz respeito às temáticas ambientais e propostas de sustentabilidade. O ensino de ciências nesse contexto deve fortalecer a cultura local, capacitando essas populações para participar ativamente da elaboração de políticas para a região. Isso é essencial para a construção social do ribeirinho, uma vez que ela busca a sua emancipação, dado que o ambiente e as dinâmicas de poder moldam a identidade e a delimitação territorial dos indivíduos, é crucial dar voz aos estudantes que ocupam esses ambientes. Dessa forma esse trabalho objetivou compreender como os alunos ribeirinhos percebem o ensino de ciência ministrado por seus professores, na perspectiva de levantar indicativos de como estão atuando as políticas públicas e a ação docente para esse ensino. Como metodologia foi aplicado um questionário para quarenta e quatro alunos do 9º ano do ensino fundamental de cinco escolas ribeirinhas amazonenses. Os critérios de inclusão dessas escolas deram-se pela oferta dessa etapa de escolarização, e por serem as maiores do município, segundo os dados do Censo Escolar do ano de 2021. Entre outros tópicos abordou-se a existência de aulas práticas e eventos científicos. Os dados foram sistematizados e organizados a fim de realizar a análise dos resultados, que puderam revelar um cenário desfavorável ao desenvolvimento da compreensão do papel das ciências, visto que prevalece as aulas tradicionais no modelo de transmissão de conteúdo. Nesse sentido, com carências de aulas práticas e eventos científicos, o ensino de ciências perde muito de sua essência, tornando o ensino sem significância por desconsiderar o protagonismo dos alunos nesse componente curricular. Sendo assim, pode-se concluir que existe, no olhar dos alunos, um ensino tradicional e propedêutico, isso significa dizer que o modelo de ensino empregado colabora negativamente para o desenvolvimento de uma cultura de investigação, experimentação e desenvolvimento de alternativas para as problemáticas locais. Para a realidade amazônica, um ensino mal realizado favorece a perpetuação de uma prática onde as soluções para Amazônia são apresentadas por aqueles que não vivem a realidade dessa região.

Palavras chaves: Ensino; Ciências; Prática; Ribeirinhos; Realidade Amazônica.

 


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