Este artigo visa a mostrar como a rede transnacional de extrema direita vem tentando sequestrar a educação para disseminação de sua pauta moral e anticomunista, lançando mão de estratégias punitivistas baseadas na ideia de Lei e Ordem e disciplina moral. Primeiramente, discutimos como no âmbito dos EUA e do Reino Unido emergem, nos anos 1970 e 1980, os princípios que até hoje, em grande parte, orientam as formulações da extrema direita no campo educacional, como a perseguição aos professores em listas públicas e acusação de doutrinação sobre os estudantes. A seguir, analisamos como esses princípios se encarnam no Brasil a partir do caso da Escola sem Partido e as posteriores estratégias bolsonaristas de ataque às universidades e às escolas e finalizamos analisando o caso francês a partir dos programas políticos dos candidatos Marine Le Pen e Éric Zemmour, ambos de extrema direita. Concluímos que embora a extrema direita embase suas práticas em um conjunto de princípios compartilhados por uma rede transnacional, as estratégias utilizadas variam em função dos contextos regionais.