Última alteração: 22-11-2022
Resumo
O risco e a prevalência do Diabetes mellitus aumentaram dramaticamente na última década, sendo considerada uma das principais doenças crônicas não transmissíveis. Pode ser controlada por meio de estratégias não farmacológicas e farmacológicas, e os antidiabéticos orais são os mais utilizados entre os pacientes diagnosticados em todo o mundo. Assim, considerando a necessidade de aprofundar os estudos sobre a atividade mutagênica dos antidiabéticos orais, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a toxicidade genética de quatro fármacos hipolipemiantes contendo os compostos: pioglitazona (6, 12, 24, 48 e 72 mg /mL), linagliptina (0,3125, 0,625, 1,25, 2,5 e 5 mg/mL), empagliflozina (0,75, 1,5, 3, 6 e 12 mg/mL) e a combinação de empagliflozina+linagliptina (24+4,8; 12+2,4; 6+1,2; 12+5 mg/mL) através do Teste para detecção de Mutação e Recombinação Somática (SMART) em Drosophila melanogaster. Neste sentido, as larvas provenientes do cruzamento padrão foram expostas aos antidiabéticos orais por aproximadamente 48 horas. Os dados obtidos foram avaliados estatisticamente através do teste binomial condicional de Kastenbaum e Bowman. As frequências relativas de cada grupo de manchas foram comparadas com o respectivo controle negativo. Foram considerados significativos valores de p<0,05. Os resultados sobre a toxicidade genética dos antidiabéticos orais mostram que a linagliptina, a empagliflozina e a combinação de linagliptina e empagliflozina não exerceram atividade mutagênica em todas as concentrações avaliadas. Entretanto, a pioglitazona apresentou atividade mutagênica apenas na concentração de 72 mg/mL. Os resultados do presente estudo estão de acordo com os dados já descritos na literatura científica, que atribuem o efeito genotóxico da pioglitazona à produção de espécies reativas de oxigênio (EROs). O conjunto destas informações reforçam a necessidade de ampliação dos estudos sobre a atividade genotóxica dos antidiabéticos orais.