A biópsia hepática guiada por ultrassonografia é um método menos invasivo do que a biópsia hepática por laparotomia e é um auxílio diagnóstico das afecções hepáticas. Ela é indicada quando há suspeita de doença hepática primária, devendo ser excluídas causas secundárias destas. O trabalho tem como objetivo descrever uma biópsia hepática percutânea guiada por ultrassonografia em um canino. Foi atendido no Hospital Veterinário da ULBRA um canino, macho, 8 anos, Dachsund. O paciente apresentava quadro de emagrecimento, aumento das enzimas ALT e FA, trombocitopenia com PCR negativo para Anaplasma sp, Babesia sp e Erlichia sp. Foi realizado ultrassonografia abdominal, na qual foi observado fígado hiperecogênico, ecotextura grosseira, sendo um dos diferenciais hepatite crônica. Sem respostas ao tratamento e persistência das alterações nos exames de sangue, optou-se pela biópsia hepática percutânea guiada por ultrassonografia para elucidação. Foram coletados 3 fragmentos de diferentes áreas do fígado, armazenados em formol 10% e encaminhados ao setor de Patologia Geral da ULBRA. O paciente se manteve estável durante a anestesia, sem evidência de hemorragia à ultrassonografia 3 e 6 horas após a coleta. A histopatologia revelou hepatite crônica ativa, sendo de origem infecciosa, tóxica ou genética. A fim de se esclarecer a etiologia e levando em consideração os outros achados laboratoriais, decidiu-se realizar a sorologia para Leishmaniose visceral, a qual revelou alta titulação de anticorpos, indicando infecção e doença ativa. A ultrassonografia abdominal associada à biópsia hepática guiada por ultrassom foi essencial no diagnóstico do quadro de hepatite crônica do paciente, sendo um procedimento menos invasivo, com baixa taxa de complicações que pode auxiliar na conduta clínica do médico veterinário.