Última alteração: 01-12-2022
Resumo
A prematuridade é uma das principais causas de óbito em menores de um ano e representa 10% dos nascimentos. Ao nascer, estes bebês são encaminhados, em sua maioria, à UTI neonatal. O Método Canguru (MC) surgiu inicialmente como uma alternativa à falta de equipamentos para o suporte destes prematuros e se tornou uma forma humanizada de cuidado. No Brasil, o MC é regulamentado por portaria específica sendo uma política pública. Porém, colocá-lo em prática é cercado por dúvidas e barreiras. O objetivo do estudo é conhecer a percepção dos profissionais de UTI neonatal em relação ao MC. Foi realizado um estudo qualitativo na UTI Neonatal do Hospital Universitário de Canoas no período de setembro a outubro de 2022. Foram feitos dois grupos focais, com 14 profissionais da equipe multidisciplinar, cujas falas foram submetidas à análise de conteúdo e organizadas na categoria: percepções e conhecimento a respeito do MC. Destes profissionais, seis haviam recebido previamente treinamento de sensibilização ao MC. Todos relataram estimular o contato pele a pele e o toque precoce das mães. A importância desta experiência para as mães foi evidenciada, principalmente, pelo aumento do vínculo, da descida do leite e estímulo à amamentação. Entre as dificuldades encontradas, os principais aspectos apontados foram a sobrecarga de trabalho e a falta de conhecimento técnico. Os facilitadores indicados foram os benefícios do mesmo, associado ao conhecimento sobre estes. Considera-se importante ampliar o conhecimento a respeito do Método para amparar as mães e qualificar os profissionais para melhora da prática. Outro ponto que se mostrou associado ao aumento e melhora da prática seria um dimensionamento adequado da equipe, para que a sobrecarga de trabalho não ocorra. Novos estudos com profissionais acerca do MC podem contribuir para que se planejem intervenções promotoras da saúde materno-infantil.