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CIDADES INTELIGENTES E SUSTENTÁVEIS: UMA UTOPIA PARA OS BRASILEIROS?
Última alteração: 25-11-2022
Resumo
As consequências dos processos de urbanização nos países subdesenvolvidos demandam mudanças significativas para garantir o direito à cidade para todos e todas. A Organização das Nações Unidas (ONU) elencou 17 objetivos que norteiam ações globais e procuram, sobretudo, tornar as cidades e comunidades mais inclusivas, seguras, resilientes e sustentáveis. A cidade inteligente, ou “smart city”, é um movimento articulado a tal finalidade, mas ainda não há consenso universal sobre seu significado. O objetivo deste estudo foi realizar uma análise teórica das cidades inteligentes e sua materialização no contexto brasileiro. A abordagem holística das cidades inteligentes é a que está mais alinhada aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), em que a inteligência é promovida por fatores-chave visando melhorias na qualidade de vida dos cidadãos. Ainda, é possível distinguir os estágios em que as cidades se encontram: 1.0 ou impulsionada pela tecnologia; 2.0 tecnologia habilitada, liderada pela cidade; e 3.0 ou cocriação por cidadãos. No ranking dos municípios brasileiros com maior potencial de desenvolvimento, fundamentado em 11 eixos temáticos, as capitais Curitiba, Florianópolis e São Paulo ocupam as três primeiras posições. Todavia, há entraves e resistências no âmbito das políticas públicas para alcançar a fase 3.0. Conclui-se que embora sejam uma realidade no país, a lógica tecnocêntrica das cidades inteligentes predomina no lugar do fortalecimento de estratégias para promoção da saúde urbana.