O mastocitoma é um tumor originado dos mastócitos e é a terceira neoplasia cutânea mais comum em cães, sendo que a localização intramuscular deste é rara. O tratamento consiste em exérese cirúrgica com margens amplas, radioterapia, quimioterapia, terapia alvo-molecular ou a combinação destas. O objetivo do trabalho é o relato de um caso de mastocitoma grau III intramuscular em um cão. Foi atendido no HV-ULBRA um canino, fêmea, 7 anos, com queixa de apatia e apetite caprichoso, com mucosas pálidas e hematoma cutâneo em região tóraco-abdominal direita sem histórico de trauma recente. Foi constatado anemia arregenerativa e leucocitose inflamatória. Foi realizada transfusão com sangue total e estabilização clínica. Durante procedimento cirúrgico se confirmou envolvimento da musculatura e do subcutâneo lateral direito do abdômen e tórax. Com comprometimento extenso, neovascularização e necessidade da remoção de três costelas, houve complicações cirúrgicas hemorrágicas e descontinuidade do diafragma com consequentes alterações respiratórias graves. Optou-se por manobra cirúrgica de contenção de danos com empacotamento, realizando fechamento temporário da cavidade abdominal associado a implantação de dreno torácico para controle de hemo e pneumotórax, estabilizando a paciente por 2 dias e realizando reintervenção cirúrgica para síntese da parede muscular com tela de polipropileno. A paciente ficou internada para cuidados intensivos, removendo dreno em 7 dias e recebendo alta após 10 dias do primeiro procedimento. O diagnóstico foi de mastocitoma intramuscular de grau III confirmado através de exame histopatológico com graduação imunohistoquímica de Ki67 > 20,6, representando pior prognóstico. Neste caso não foi possível exérese com margem adequada e os tutores optaram pela não realização da quimioterapia.