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CURSO DO PROGRAMA DE FORMAÇÃO DOCENTE TEMPO DE APRENDER E AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
Bárbara dos Santos Alves Alves, Darlize Teixeira Melo

Última alteração: 08-11-2021

Resumo


A referida pesquisa faz parte de um projeto de dissertação já aprovado, que problematiza o curso de formação docente incluído no Programa Tempo de Aprender (2020). O Programa tem como ênfase a alfabetização de crianças e foi desenvolvido pelo Ministério da Educação (MEC), em 2020. A pesquisa trata de uma análise documental, situada no campo dos Estudos Culturais em Educação, que objetiva analisar as práticas alfabetizadoras destinadas aos alunos com dificuldades de aprendizagem do referido Programa, com vistas a mapear as visibilidades e possíveis silenciamentos dadas a este grupo de alunos. O material analítico é composto pelo eixo 1 - Formação continuada de profissionais da alfabetização do Programa. Na análise documental do material buscou-se analisar e problematizar as práticas descritas para o trabalho com os alunos com dificuldades de aprendizagem. Utilizou-se como base teórica os estudos sobre in/exclusão (LOPES, VEIGA-NETO, 2011[1]; LOPES, 2007[2]), Identidade e Diferença (SILVA, 2000[3]; WOORDWARD, 2000[4]; MONTEIRO, 2010[5]), Alfabetização (SOARES, 2020[6]; FRADE, 2019[7]) e a heterogeneidade didático-pedagógica (MORAIS, LEITE, 2012[8]). Na análise do material destacam-se dois descritores analíticos: a repetição como “estratégia” de ensino da alfabetização e a inflexibilidade nas estratégias de ensino. Observou-se até o momento que no curso não há estratégias que visem a heterogeneidade nas aprendizagens na sala de aula, mas que homogeneízam os modos de ensino, desconsiderando as singularidades dos alunos, focando em práticas descontextualizadas e permeando um ensino que padroniza as práticas do docente e reproduz representações de alunos “com dificuldades de aprendizagem” ou de alunos “não aprendentes”.

 


[1] LOPES, Maura Corcini; VEIGA-NETO, Alfredo. Inclusão, exclusão, in/exclusão. Verve, 20: 121-135, 2011.

[2] LOPES, Maura Corcini. Inclusão escolar, currículo diferença e identidade. In: LOPES, Maura Corcini; DAL’IGNA,

Cláudia. In/Exclusão: nas tramas da escola. Canoas: ULBRA, 2007. P. 11-33.

[3] SILVA, Tomaz Tadeu. A produção social da identidade e da diferença. In: SILVA, Tomaz Tadeu. (Org.) Identidade e

diferença – a perspectiva dos Estudos Culturais. Petrópolis: Vozes, 2000, p.73-102.

[4] WOODWARD, Kathryn. Identidade e diferença: uma introdução teórico e conceitual. In: SILVA, Tomaz Tadeu. (Org.) Identidade e diferença – a perspectiva dos Estudos Culturais. Petrópolis: Vozes, 2000, p.07-72.

[5] MONTEIRO, Maria Rosângela Carrasco. Todos os Alunos Podem Aprender: a inclusão de alunos com deficiência no

III Ciclo. UFRGS, 2010. 165 f. + Anexos. Dissertação (Mestrado em Educação) –Universidade Federal do Rio Grande

do Sul, Porto Alegre, 2010.

[6] SOARES, Magda. Alfaletrar – toda criança pode aprender a ler e a escrever. São Paulo: Contexto, 2020

[7] FRADE, Isabel Cristina Alves Silva. Um paradigma científico e evidências a ele relacionadas resolveriam os problemas da alfabetização brasileira? Revista Brasileira de Alfabetização - ABAlf. Belo Horizonte, MG | v. 1 | n. 10 (Edição Especial) | p. 15-25 | jul./dez. 2019.

[8] MORAIS, Artur Gomes; LEITE, Tânia Maria S.B. Rios. Direitos de aprendizagem, heterogeneidade dos aprendizes e atendimento à diversidade, no final do ciclo de alfabetização: diagnosticando e organizando as crianças na sala de aula. In: MEC. Pacto Nacional de Alfabetização na Idade Certa – A heterogeneidade em sala de aula e a diversificação de atividades. Ano 3, Unidade 7. Brasília, 2012.


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