As tecnologias digitais se fazem cada vez mais presentes no cotidiano dos estudantes, o que faz com que os professores precisem encontrar recursos para inserir essas tecnologias em sua prática docente e trazer elementos que venham a contribuir no processo de ensino e aprendizagem de matemática. Nesse contexto, a presente pesquisa tem por objetivo investigar organização uma sequência didática para o ensino e aprendizagem de Geometria Plana desenvolvida na plataforma GeoGebra. A metodologia utilizada na investigação é a Engenharia Didática (ARTIGUE, 1996)[1], sendo conduzida sob uma perspectiva qualitativa que, de acordo com Lüdke e André (1986)[2], possui coleta de dados descritivos, obtidos diretamente no ambiente de investigação. Particularmente, foram construídos objetos de aprendizagem dinâmicos, que possuem organização e coordenação entre os registros de representação dos objetos matemáticos que serão trabalhados. Assim, a Teoria dos Registros de Representação Semiótica subsidiou a criação da sequência didática na plataforma. Duval (2009)[3] pondera que o acesso aos objetos matemáticos é por meio de suas representações em seus diferentes registros semióticos, destacando que as representações são fundamentais para explicar a compreensão dos conceitos e da aprendizagem da Matemática. Nos objetos de aprendizagem construídos, na plataforma GeoGebra, as diferentes representações podem ser dinâmicas, inclusive as representações simbólicas e linguísticas. Isso é possível graças aos textos dinâmicos, ou seja, textos que mesclam diversos símbolos matemáticos e variáveis que podem ser alterados pelo usuário. Tais textos alteram seu conteúdo a partir da manipulação dos diferentes registros com os quais se relacionam. A sequência didática está organizada em sete unidades de ensino: retas e ângulos; triângulos; polígonos; quadriláteros; áreas de polígonos; circunferência e círculo; e área do círculo e suas partes. Resultados apontam que os objetos de aprendizagem dinâmicos necessitam conter atividades com situações problemas, exercícios e demonstrações que possibilitem ao aluno, durante sua manipulação, explorar e coordenar as diferentes representações de um objeto matemático, como caminho para a apropriação dos conhecimentos matemáticos.

[1]ARTIGUE,  M.  Engenharia  Didática.  In:  BRUN,  Jean. Didáctica  das  Matemáticas. Lisboa: Instituto Piaget. Horizontes Pedagógicos, 1996, p.193-217.

[2] LÜDKE, M.; ANDRÉ, M. E. D. A. Pesquisa em Educação: Abordagens Qualitativas. São Paulo: Editora Pedagógica e Universitária, 1986.

[3] DUVAL, R. Semiósis e Pensamento Humano: Registros semióticos e aprendizagens intelectuais. (L. F. LEVY & M. R. SILVEIRA, Trans.) (1st ed.). São Paulo: Livraria da Física. 2009.