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A cinomose é uma doença de alta mortalidade que afeta cães e outros carnívoros em todo o mundo. Os animais infectados podem apresentar sintomatologia respiratória, neurológica, gastrointestinal, dérmica e oftálmica. O diagnóstico é realizado através da identificação do antígeno viral ou anticorpos, assim como, identificação do Corpúsculo de Lentz em leucócitos e hemácias. Atendeu-se no Hospital Veterinário da Universidade Luterana do Brasil uma canina, 10 anos, sem raça definida, fêmea, 5kg, sem histórico de vacinação ou vermifugação. A paciente procurou atendimento para a retirada de tumor mamário ulcerado em M4/M5 bilateral, que havia apresentado miíase com tratamento realizado previamente em outro local. O canino também apresentava perda de peso progressiva há meses, tosse há três dias. Em radiografia e ultrassonografia não foram encontradas alterações relevantes, mas foi solicitado acompanhamento dentro de um mês. No hemograma havia anemia, com 4,29x106/μL de eritrócitos (ref. 5,5 – 8,5), 10,5g/dL de hemoglobina (ref. 12 – 18), 30,6% de hematócrito (ref. 37 – 55), configurada como normocítica normocrômica. No leucograma havia leucopenia (2.400/μL, ref. 5.500 – 16.900) por neutropenia (2.400/μL, ref. 3.000 – 12.000) e linfopenia (0/μL, ref. 1.000 – 4.900). Na análise da lâmina foram observadas inclusões em neutrófilos compatíveis com Corpúsculo de Lentz. Foi confeccionada uma nova lâmina com a capa leucocitária para a melhor visualização das estruturas e, desta vez, também se observou a inclusão em raros linfócitos. Um teste rápido (Cinomose Ag Test Alere®) para a detecção do antígeno da cinomose foi realizado com o plasma da paciente com resultado positivo para a presença do vírus. A presença do Corpúsculo de Lentz caracteriza a fase de alta viremia da doença, sendo a observação minuciosa da lâmina uma parte fundamental do diagnóstico, já que em muitos casos, o cão pode não apresentar sintomatologia clínica nessa fase.