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INCLUSÃO INTRAPLAQUETÁRIA SIMILAR À Anaplasma platys EM FELÍDEO DOMÉSTICO
Kimberli de Oliveira Duarte, Priscila Teixeira Ferreira, Elisandro Oliveira Santos, Mariangela da Costa Allgayer

Última alteração: 08-11-2021

Resumo


O Anaplasma platys é uma rickettsia transmitida pelo carrapato Rhipicephalus sanguineus, sendo a única espécie conhecida que infecta plaquetas. Essa bactéria causa a Trombocitopenia Cíclica Canina, mas sua ocorrência em felinos é pouco relatada. Foi atendido no Hospital Veterinário, da Universidade Luterana do Brasil, um felino, sem raça definida, macho, 4 meses, com efusão torácica, negativo para FIV/FeLV. Realizou-se um hemograma que apresentou uma leucocitose (29.300/µL, ref. 5.500 – 19.500) com neutropenia (2.344/µL, ref. 2.500 – 12.500), aumento de neutrófilos bastonetes (17.287/µL, ref. 0 – 299), metamielócitos (5.860/µL, ref. 0) e mielócitos (586/µL, ref. 0), configurando um desvio à esquerda degenerativo. Havia uma leve icterícia no soro e hipoalbuminemia (1,71g/dL, ref. 2,1 – 3,9). Na análise da efusão, foi possível classificar o líquido como exsudato séptico, com a presença de 487.000/µL células nucleadas, com predomínio de neutrófilos degenerados e presença de estruturas intracelulares sugestivas de bactérias. O paciente ficou internado para o tratamento do piotórax e, após 5 dias da sua internação, foi realizado um novo hemograma. O leucograma ainda apresentava uma leucocitose (39.900/µL) por neutrofilia (29.925/µL) com presença de bastonetes (399/µL). No trombograma, embora a normotrombocitemia, foram observadas estruturas intracitoplasmáticas em plaquetas similares a mórulas de Anaplasma platys, assim como, macroplaquetas e plaquetas gigantes. A presença dessa bactéria pode ser um achado acidental e sem relevância clínica; contudo, em outros casos, pode-se observar trombocitopenia e, na presença de doença concomitante, sinais clínicos mais severos. No caso relatado, não ocorreu diminuição das plaquetas até o momento da alta do paciente. Para o diagnóstico definitivo da anaplasmose, recomendou-se a realização de PCR ou teste rápido para a detecção de anticorpos, porém, esses testes não foram realizados. Conclui-se que a análise microscópica detalhada das lâminas auxilia na detecção de possíveis doenças, mesmo em pacientes sem sintomatologia clínica.


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