Os estágios acadêmicos integrados ao SUS promovem formação profissional com evidências científicas e sociais. O objetivo do estudo foi avaliar a percepção dos estudantes de graduação em odontologia que classificaram o estágio na Equipe de Estratégia de Saúde da Família (E-ESF) como importante para formação em odontologia e fatores associados. O delineamento do estudo foi transversal com a coleta de dados via um questionário auto administrado. Modelos de regressão de Poisson foram utilizados na análise multivariada (p<0,05). O estudo inclui 175 estudantes de graduação em odontologia. A prevalência de estudantes que classificaram o estágio na E-ESF como importante foi de 85,7% (n=150). Estudantes matriculados na disciplina de Saúde Comunitária e Odontologia III aumentou em 9% a probabilidade dos estudantes classificarem o estágio como importante para formação odontológica (Razão de Prevalência [RP] 1,09; Intervalo de Confiança (IC)95% 0,99-1,21). A classificação adequada da inserção dos estudantes na E-ESF durante o 7º semestre (vs não adequada) aumentou em 15% (RP 1,15; IC95% 1,05-1,25) a probabilidade os estudantes classificarem o estágio como importante para formação odontológica. A classificação das atividades de acolhimento e visita domiciliar como importante (vs não importante) aumentou em 8% e 21% a probabilidade dos estudantes classificarem o estágio como importante para formação odontológica, respectivamente (RP 1,08; IC95% 0,99-1,17 / RP 1,21; IC95% 1,09-1,33). Os resultados sugerem que a inserção precoce dos estudantes em estágios na E-ESF, atividades de acolhimento do usuário e visita domiciliar podem, significativamente, contribuir com a formação odontológica, alinhada às diretrizes da educação e da saúde pública brasileira.