Última alteração: 08-11-2021
Resumo
Introdução: O SARS-Cov2, causador da pandemia que o mundo enfrenta desde 2020, vem causando inúmeras mortes, sendo 4,5 milhões de mortos em todo o mundo e mais de 595 mil mortos somente no Brasil. Sendo uma doença recente, muitos estudos foram e estão sendo realizados para tentar entender quais são os fatores de risco para a ocorrência de um pior prognóstico para essa doença; assim, estudos como Grasselli et al., (2020) e Jain et al., (2020) demonstraram que a existência de doenças prévias, como Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) e hipercolesterolemia, se relacionavam com pior desfecho clínico em pacientes com Covid-19. Objetivos: O estudo visa descrever o perfil dos pacientes e quais as comorbidades se relacionaram com o pior desfecho clínico em pacientes que foram tratados com Covid-19 na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Universitário (HU). Metodologia: O estudo é transversal, descritivo e exploratório. Foi realizada entre Novembro de 2020 a Março de 2021, foram coletados dados dos prontuários de 93 pacientes que internaram com Covid-19 na UTI do HU do município de Canoas/RS. Os pacientes foram divididos em dois grupos: o grupo 1 pacientes que vieram a óbito (pior desfecho) e o grupo 2 pacientes que tiveram alta. A partir dos prontuários foram coletados: a idade, o sexo, o tempo de internação na UTI, o IMC, as comorbidades como HAS, Obesidade, DM2, Hipotireoidismo, Asma, Doença Arterial Coronariana, Tabagismo, DPOC, Doença de Parkinson, Fibrilação Atrial, Insuficiência Cardíaca, Insuficiência Cardíaca Congestiva, Nefrolitíase, Hepatite C, Depressão, Acidente Vascular Encefálico, Insuficiência Renal Crônica, Erisipela, Dislipidemia, Úlcera Varicosa, Infarto Agudo do Miocárdio. Resultados e Discussão: Avaliando 93 pacientes com idade média de 60,4 anos, viu-se que as doenças prévias mais prevalentes em ambos os grupos eram HAS (52,7%), obesidade (47,3%) e DM 2 (25,8%). Além disso pode-se constatar que o número de comorbidades média nos grupos era 2 e que a presença de doenças e a sobreposição entre elas não demonstrou valores significativos em relação ao desfecho. Os achados no presente estudo vão contra o que Grasselli et al., (2020), que observou em seu estudo, avaliando 3988 pacientes internados em UTI, cuja média de idade era de 63 anos, apresentaram como comorbidades DPOC, hipercolesterolemia e diabetes, e estas se relacionavam com a maior mortalidade dos pacientes com Covid-19. Ademais Jain el al., (2020) constatou que pacientes com DPOC, doenças cardiovasculares e HAS também se relacionavam com maior gravidade da doença. Conclusão: Foi possível perceber neste estudo que os nos pacientes tratados na UTI não apresentaram relação com o pior desfecho com a comorbidade, mas que elas estavam presentes em um grande número dos pacientes com covid-19 em tratamento na UTI. Assim, sugere-se que são necessários mais estudos e um número maior de pacientes para afirmar que doenças prévias estão relacionadas com maior mortalidade.