A presente pesquisa tem como objeto de estudos experiências, memórias e narrativas de populações negras da região que, colocadas em circulação nas mídias digitais por organizações do movimento negro. Essas fomentam a constituição e circulação de saberes e identidades com potência pedagógica (SODRÉ, 2012) e decolonial (MALDONADO-TORRES, 2010). O objetivo é investigar a produção, registro, arquivamento e circulação de memórias, práticas e experiências individuais e coletivas por indivíduos e entidades ligadas ao movimento negro na América Latina a fim de construir saberes e identidades decoloniais. Utiliza-se para isso o estdo de casos múltiplos (YN, 2010), acessando os objetos empiricos a partir de estratégias com inspiração etnográfica (GARCIA-CANCLINI, 2008). Uma primeira aproximação com entidades do movimento negro uruguaio aponta para elementos da hipótese da pesquisa de que a circulação de saberes e identidades tem produzido uma identidade afro-latina de dissenso – em relação aos discursos oficiais nacionais, mesmo com suas especificidades locais.