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ANÁLISE DA DEGLUTIÇÃO DE PACIENTES TRAQUEOSTOMIZADOS EM ACOMPANHAMENTO FONOAUDIOLÓGICO HOSPITALAR
Jainara Medina Teixeira, Luana Junges Lauxen, Karen de Oliveira dos Passos, Sheila Petry Rockenbach

Última alteração: 12-11-2020

Resumo


A traqueostomia (TQT) pode impactar na biomecânica da deglutição – limitando a elevação e anteriorização laríngea, reduzindo a sensibilidade e prejudicando a proteção das vias aéreas (CÔRTE at. al, 2019). A disfagia é um distúrbio de deglutição decorrente de causas neurológicas, mecânicas e/ou estruturais podendo resultar em complicações pulmonares, nutricionais (desidratação e desnutrição) e risco de óbito (PADOVANI et. al, 2007). O objetivo deste trabalho foi relacionar a avaliação da deglutição (inicial e final) após a fonoterapia, considerando uma escala de funcionalidade da ingestão por alimentação via oral, a Functional Oral Intake Scale (FOIS). Estudo transversal, retrospectivo, analítico observacional, de abordagem quantitativa com aprovação do CEP sob o parecer nº 29894920.5.0000.5349. Analisou-se os dados contidos nos prontuários e protocolos de avaliação de deglutição de pacientes traqueostomizados atendidos pelo serviço de fonoaudiologia, internados em um Hospital Universitário, no período de maio de 2016 a maio de 2020. Os dados coletados foram transpostos à tabela de Software Excel 2016® e realizada análise estatística sendo então representada em forma de tabelas e gráficos. Feita comparação entre avaliação inicial e final da deglutição e se houve ou não progressão da ingestão oral através da escala FOIS após intervenção fonoaudiológica. Foram selecionados dados de 114 pacientes, 57% eram do sexo masculino e 43% do sexo feminino. Em relação à avaliação fonoaudiológica inicial da deglutição, 34,2% apresentaram disfagia moderada a grave, 28,1% disfagia grave, 14,9% disfagia moderada, 10,5% disfagia leve, 7,9% disfagia leve a moderada, 2,6% deglutição funcional e 0,9% deglutição normal. Após fonoterapia, em avaliação final da deglutição, 22,8% apresentaram disfagia moderada a grave, 16,6% deglutição funcional, 14,9% disfagia grave, 13,2% disfagia moderada, 12,3% disfagia leve, 10,5% deglutição normal, 8,8% disfagia leve a moderada. 94,6% encontravam-se com FOIS em nível 1 (via alternativa exclusiva de alimentação) e ao final 28% apresentavam-se neste nível de ingesta oral, verificou-se que 2,6% pacientes diminuíram de nível, 28,1% permaneceu igual e 69,3% aumentaram de nível nesta escala. Assim, evidenciou-se que após a intervenção fonoaudiológica houve melhora do grau da disfagia na maioria dos pacientes atendidos, melhorando a funcionalidade da deglutição, corroborado com a progressão da ingestão oral, mensurada pela escala FOIS.


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