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CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS NA ORELHA INTERNA DE EQUINO: RELATO DE CASO
Eduarda de Souza Brandão, Laura Martins Cezimbra, Eduardo Malschitzky

Última alteração: 12-11-2020

Resumo


Afecções na orelha de equinos são pouco frequentes, mas quando ocorrem, são de grande relevância, devido a dificuldade de tratamento e o risco de produzirem sequelas. Neoplasias envolvendo a orelha interna são incomuns, dentre elas o carcinoma de células escamosas (CCE) é o mais frequente, sendo descrito em felinos e caninos. Sua infiltração local resulta em danos aos nervos cranianos, principalmente VII e VIII, ocasionando sinais clínicos de otomiasma, prurido, paralisia de nervo facial, ataxia, depressão, lateralização de cabeça girando para o lado afetado, dor ao abrir a boca e à palpação da articulação têmporo-mandibular (ATM). Este trabalho tem como objetivo relatar um caso de CCE envolvendo orelha interna de um equino atendido no Hospital Veterinário da ULBRA (HV-ULBRA) Campus Canoas/RS. Foi atendida no HVULBRA, uma égua crioula de 9 anos, apresentando na face lateral direita secreção na orelha, ptose palpebral e de lábio inferior e massa nodular de consistência dura, medindo 5cm de diâmetro, próxima à ATM. Já havia sido realizada terapeutica para otite interna, sem sucesso. Não observadas alterações no exame de imagem, optou-se pela exérese da massa de conteúdo caseoso, consistência firme, com áreas de mineralização, que histopatologicamente revelou tratar-se de CCE. No pós-operatório o animal manifestou sinais de síndrome vestibular e episódios convulsivos. A piora acentuada do quadro clínico, culminou na decisão pela eutanásia. O corpo do animal foi destinado à necropsia, que evidenciou lise do conduto auditivo direito, bem como dos ossos temporal e frontal. Constatou-se invasão na cavidade craniana com massa sobre o cérebro e cerebelo. O CCE apresenta crescimento expansivo e infiltrativo quando presente na orelha interna pode causar lise óssea na bula timpânica e osso temporal, sendo possível a invasão da cavidade craniana e tronco cerebral, levando o animal a apresentar sinais vestibulares. Além disso é capaz de causar metástase pulmonar, transcorrendo com prognóstico reservado à longo prazo. A remoção do tumor costuma ser um procedimento paliativo de redução de volume. O presente relato torna-se relevante para fomentar a escassa literatura sobre a localização da neoplasia na espécie equina evidenciada neste caso.

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