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AÇÃO BIOINSETICIDA DO EXTRATO FOLIAR DA Moringa oleifera SOBRE Drosophila melanogaster
ANTONIO MARCOS DE OLIVEIRA DOS SANTOS, Paula Dandara da Silva Berrutti, Maríndia Deprá, Vera Lúcia da Silva Valente, Arlete Beatriz Becker-Ritt

Última alteração: 12-11-2020

Resumo


Pragas de importância agronômica constituem um dos principais fatores limitantes ao sucesso da agricultura, quando não controladas. Inseticidas sintéticos têm sido amplamente utilizados para o controle de populações de insetos-praga. Entretanto, a resistência adquirida por alguns insetos e a elevada toxicidade desses compostos sobre o ambiente e organismos não-alvo têm levado a um aumento na busca por produtos de origem natural, isentos de toxicidade e efetivos no controle de insetos fitófagos. Pesquisas de bioinseticidas são voltadas a Drosophila melanogaster por ser evolutivamente próxima de muitas pragas da agricultura. O objetivo desse trabalho foi investigar a atividade inseticida do extrato proteico foliar de Moringa oleifera sobre a taxa de emergência de adultos de D. melanogaster. O extrato proteico bruto, obtido a partir das folhas de M. oleifera, foi quantificado pelo método de Bradford e o perfil eletroforético em Gel de Poliacrilamida (SDS-PAGE). O experimento foi realizado em delineamento inteiramente casualizado, com cinco repetições por tratamento. Cada unidade amostral foi constituída por um tubo de ensaio com 20 ovos imersos em 3 mL de meio de cultura, para crescimento larval, e acrescidos de diferentes dosagens (3, 30 e 300 µg/µL) do extrato proteico (grupos tratamento) e água (grupo controle). Após 15 dias, foram contados o número de adultos que emergiram, para determinar a porcentagem de sobrevivência e submetidos à análise de variância (ANOVA). As médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5%, no programa computacional SISVAR 5.6. O perfil eletroforético em SDS-PAGE evidenciou bandas variando entre 20 a 50 kDa no extrato foliar. O número de adultos emergidos no grupo controle e nas diferentes dosagens diferiram estatisticamente (ANOVA). As diferentes doses do extrato proteico foliar afetaram a emergência de adultos de D. melanogaster de maneira dose-dependente. De acordo com o teste de Tukey, não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos controle e tratamento (3 e 30 μg/μL). No entanto, a maior dosagem (300 µg/µL) do extrato foliar afetou significativamente a sobrevivência, em relação ao grupo controle, promovendo mortalidade de aproximadamente 50%. O extrato proteico foliar de M. oleifera apresentou atividade inseticida contra D. melanogaster e seu mecanismo de ação provavelmente envolve a presença de fatores antinutricionais proteicos, tais como inibidores de tripsina e/ou lectinas, que ainda precisam ser isolados e caracterizados. Assim o extrato proteico bruto da M. oleifera torna-se um bom candidato para o controle de insetos-praga.


 


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