Última alteração: 12-11-2020
Resumo
Extratos vegetais tem sido empregado no controle do crescimento de uma ampla variedade de microrganismos – fungos, bactérias e insetos, pois constituem uma importante fonte de compostos biologicamente ativos, os quais representam um recurso fitoquímico alternativo à pesticidas sintéticos já existentes. Pesquisas recentes têm descrito a eficácia de extratos da Moringa oleifera frente à microrganismos e insetos fitófagos, apontando a mesma como importante fonte de compostos bioativos com ação antimicrobiana e inseticida. M. oleifera contém proteínas com diferentes atividades biológicas, assim, este trabalho teve como objetivo realizar a quantificação de proteínas presentes em extratos proteicos brutos de folhas e sementes de M. oleifera, de modo que, possa estimular pesquisas para desenvolver inseticidas com base em compostos químicos naturais obtidos de fontes vegetais. As amostras de folhas e sementes de M. oleifera, forão coletadas na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA (Lat. 07º19’S e Long. 39º18’W), Unidade algodão, município de Barbalha-Ceará. O material vegetal foi seco à temperatura ambiente, macerado utilizando nitrogênio líquido e após, extração das proteínas solúveis em NaPB 10 mM, pH 7,5 contendo 1 mM de β-mercaptoetanol. A quantificação de proteínas foi feita pelo método de Bradford e o perfil proteico das frações purificadas foi obtido por eletroforese em Gel de Poliacrilamida (SDS-PAGE). Com a quantificação foi obtido, respectivamente, 0,63 e 3,89 µg/µL de proteínas das folhas e sementes. O perfil eletroforético em SDS-PAGE evidenciou bandas, consistente com o tamanho dos inibidores de tripsina do tipo Kunitz, com massas moleculares de aproximadamente 50 kDa no extrato de sementes e variando entre 20 a 50 kDa no extrato foliar. Esse resultado sugere a presença de fatores antinutricionais, como inibidores de protease e de lectinas, que causam redução da massa corporal, retardo e/ou interrupção do desenvolvimento e morte por inanição. Conclui-se, que esses extratos são constituídos por vários componentes proteicos de diferentes massas moleculares, sendo esses, os responsáveis pelo efeito antimicrobiano e inseticida atribuído a M. oleifera.