Palavras-Chave: Sorodiagnóstico. Treponema pallidum. Complexo antígeno-anticorpo.

RESUMO:

A Sífilis é uma doença de cunho infectocontagioso que pode apresentar-se em estágios primário, secundário ou terciário, intercalados entre períodos de latência (PINTO et al., 2014), e com transmissão que pode ocorrer de forma adquirida ou vertical (DE SOUZA, 2018). Segundo a World Health Organization (WHO, 2016) a doença atinge mais de 18 milhões de pessoa em todo o mundo, sendo que no ano de 2016 foram notificados 87.593 novos casos de sífilis adquirida somente no Brasil (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017). A patologia tem como agente etiológico o Treponema pallidum, uma bactéria gram negativa de formato helicoidal (espiroqueta) e que possui alta resistência à imunidade humoral. Deste modo, o presente trabalho tem por objetivo apresentar como o exame confirmatório FTA-ABS é realizado, e ainda evidenciar sua superioridade em especifÍcidade frente ao teste não treponêmico VDRL. Trata-se de um estudo do tipo revisão bibliográfica, com abordagem descritiva, onde foi realizada uma pesquisa abrangente nos bancos de dados, Scielo, Google Scholar e Pubmed, com os seguintes termos isolados ou combinados entre si: Treponema pallidum, Sífilis e FTA-ABS. Os critérios de inclusão foram: diretrizes e artigos intimamente relacionados ao tema publicados nos idiomas inglês, espanhol e/ou português. Já os critérios de exclusão foram artigos que não cumpriram os critérios anteriormente estabelecidos. Foram identificados cerca de 60 artigos, onde de acordo com os critérios de inclusão e exclusão, 25 foram selecionados para leitura. No que compreende o diagnóstico laboratorial atualmente o teste de triagem não treponêmico mais usado é o VDRL, que utiliza uma mistura de lecitina, colesterol e cardiolipina para formar um antígeno com semelhança imunológica ao T. pallidum que reage ao soro do paciente e produz uma floculação observada ao microscópio. Em caso positivo esse teste necessita de confirmação por testes treponêmicos como o FTA-ABS, que usa o princípio da imunoflourescência indireta para a detecção de anticorpos anti-Treponema pallidum presentes no soro do paciente, sendo assim mais sensíveis e específicos para o patógeno. Basicamente a metodologia do teste FTA-ABS se da em três etapas, na primeira ocorre a adição de soro do paciente em placas com T. pallidum fixados em sua superfície, para que haja uma ligação antígeno-anticorpo; na segunda etapa é adicionado uma antigamaglobulina humana marcada com isotiocianato de fluoresceína, que se liga ao anticorpo do complexo formado na primeira etapa; e na terceira etapa essa lâmina é exposta a luz ultra violeta emitida por microscópio de imunofluorescência, excitando o isotiocianato de fluoresceína, e emitindo uma luz fluorescente de cor verde maça, indicando assim positividade no teste; ou não emitindo nenhuma luz, indicando assim negatividade. Conclui-se que a utilização do FTA-ABS é um teste extremamente importante, pois confirma ou invalida os resultados do VDRL já que pesquisa anticorpos específicos no soro do paciente.

REFERÊNCIAS  BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Boletim Epidemiológico: Sífilis 2017. Ministério da Saúde, v. 48, n. 36, p. 41, 2017.

DE SOUZA, M. B. Testes sorológicos utilizados no diagnóstico da sífilis. Revista Saber Científico, p. 3–9, jun. 2018.

PINTO, V. M. et al. Prevalência de Sífilis e fatores associados a população em situação de rua de São Paulo , Brasil , com utilização de Teste Rápido. Rev Bras Epidemiol, v. 17, n. 2, p. 341–354, 2014.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Who Guidelines for the Treatment of Treponema pallidum (syphilis). 2016. Disponível em: < http://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/249572/9789241549806-eng.pdf?sequence=1 >. Acessado em: 25 ago. 2018.