Última alteração: 15-09-2017
Resumo
O presente artigo tem por objetivo problematizar as possibilidades de dilatação do currículo escolar na Matemática. Para isso, apresentamos como material de análise dois livros didáticos distribuídos pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), com base no Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). Assumimos como referencial teórico, o pensamento de Santos (2002), Knijnik (1997; 2016), Knijnik et al. (2012), Jardim (2016), Larossa (2004) e Foucault (2004). Para isso, de forma análoga, olhamos para as questões da Matemática como componente curricular e as relacionamos com a dilatação e contração dos materiais, inspirados metaforicamente nos estudos de Física. Com bases nos estudos realizados, a Matemática tem deixado de lado as matemáticas que não remetem à Matemática Acadêmica, por serem desigualmente diferentes. Assim, compreendemos que essas outras matemáticas poderiam agregar a dilatação, ou seja, alargar o conhecimento matemático dos alunos nas escolas de Educação Básica. Também foi possível observar que o tempo linear e ‘evolutivo’ preconizado pela Modernidade está implicado nos livros didáticos que seguem conteúdos pré-determinados, organizados na lógica do mais simples ao mais complexo. Ainda, de acordo com Santos (2002), mudar a nossa racionalidade seria uma das formas de dilatar o currículo escolar e assim dar espaço para as experiências sociais, ou seja, para o conhecimento que foi silenciado e, consequentemente, interditado. Talvez esse movimento resulte na expansão de nossos alunos ‘átomos’, na sua movimentação menos estática. Entretanto, não temos como dar respostas. Podemos apenas assinalar caminhos, que por sua vez também são incertos.