O objetivo deste trabalho foi investigar como se processa o ensino de frações para estudantes cegos e identificar quais os desafios apresentados por esses alunos ao utilizar a escrita em braille. A metodologia utilizada foi de caráter exploratório, pois tem como intuito melhorar e desenvolver concepções e ideias, por meio do levantamento bibliográfico, documental e entrevistas com pessoas que possuem experiência com o problema pesquisado. As entrevistas semiestruturadas foram realizadas com dois professores de Matemática do Instituto Benjamin Constant - RJ, procurando conhecer: as diferenças entre trabalhar este conteúdo com educandos videntes e com educandos cegos; a forma que os estudantes cegos realizam operações com frações, especialmente adição e subtração com denominadores diferentes; e quais as dificuldades que discentes sem acuidade visual se deparam no aprendizado de frações. Um dos resultados encontrados, no que diz respeito ao ensino de frações para discentes cegos, foi que a escrita destas tem uma representação diferente daquela utilizada pelos videntes, ocorrendo de modo linear, devido ao modo como é representada na escrita braille, com o numerador antecedendo o denominador horizontalmente e não verticalmente, como no caso da escrita a tinta. Conclui-se que não há grandes diferenças entre as práticas de ensino para estudantes videntes e não videntes e os materiais didáticos utilizados para ensinar frações aos cegos assemelham-se muito aos dos videntes e que, no entanto, são imprescindíveis para iniciarem o estudo das frações, sofrendo apenas pequenas alterações para serem melhor interpretados